Imagens de satélite revelam que crescimento urbano chegou às margens de 9 áreas do Recife e Jaboatão e pesquisadores temem que elas sejam invadidas.
Levantamento do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep) revela que nove reservas ecológicas do Recife e Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana, permaneceram praticamente intocadas desde sua decretação por lei estadual, há 21 anos. Ao mesmo tempo, as imagens capturadas por satélite (cedidas pela Agência Condepe-Fidem) indicam que o crescimento urbano já chegou às margens das áreas demarcadas. Como apenas duas reservas possuem fiscalização e segurança, pesquisadores temem que, num futuro próximo, a cidade avance sobre as matas.
Foi possível observar a evolução da cidade comparando imagens da época da demarcação (1986) e de 2006. Em cinco das reservas verificadas, a cobertura vegetal hoje é maior do que o perímetro delimitado em 1986. Estão nessa situação as matas de Dois Irmãos, Jardim Botânico e São João da Várzea, na capital, e Mussaíba e Manassu, em Jaboatão. Nesta última, havia em 2006 árvores e arbustos em 380 hectares, contra os 264,24 da época da decretação.
De acordo com o estudo, em outras quatro reservas a área verde é menor do que se decretou originalmente. Isso ocorre nas matas de Dois Unidos, Curado, Engenho Uchôa (Recife). Em Jangadinha (Jaboatão), há atualmente 47 hectares de vegetação densa dentro dos 84,68 hectares totais, que contemplam um espelho-d’água.
Para evitar o avanço de construções sobre essas reservas, é preciso que governos invistam recursos em segurança e fiscalização, cobra o engenheiro cartógrafo do Itep Ivan Dornelas, um dos coordenadores da pesquisa. “Antes, havia um hiato entre a área urbana e as reservas. Agora, talvez tenhamos chegado ao limite, porque a área urbana está quase toda colada às matas”, alertou.
Proteger as reservas requer a implantação de uma infra-estrutura que as legitime. A decretação do status de reserva pela Lei Estadual 9.989, de 1987, por si só não as deixa imunes à ação antrópica, esclarece Dornelas. “É preciso implantar as reservas. Hoje, temos apenas duas nessa situação: a de Caetés (Paulista) e o Jardim Botânico, no Curado”, afirmou. A legislação define que é da Agência Pernambucana de Recursos Hídricos (CPRH) a responsabilidade pela preservação dessas áreas.
A lei de 1987 instituiu outras 31 reservas em toda a Região Metropolitana do Recife. Nos próximos seis meses, a Comissão Interna de Meio Ambiente do Itep também pretende verificar a evolução da cobertura vegetal nesses locais. Ivan Dornelas diz que ainda falta apoio para levar o projeto adiante.
Publicada no J.C. em 7/6/2008
Levantamento do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep) revela que nove reservas ecológicas do Recife e Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana, permaneceram praticamente intocadas desde sua decretação por lei estadual, há 21 anos. Ao mesmo tempo, as imagens capturadas por satélite (cedidas pela Agência Condepe-Fidem) indicam que o crescimento urbano já chegou às margens das áreas demarcadas. Como apenas duas reservas possuem fiscalização e segurança, pesquisadores temem que, num futuro próximo, a cidade avance sobre as matas.
Foi possível observar a evolução da cidade comparando imagens da época da demarcação (1986) e de 2006. Em cinco das reservas verificadas, a cobertura vegetal hoje é maior do que o perímetro delimitado em 1986. Estão nessa situação as matas de Dois Irmãos, Jardim Botânico e São João da Várzea, na capital, e Mussaíba e Manassu, em Jaboatão. Nesta última, havia em 2006 árvores e arbustos em 380 hectares, contra os 264,24 da época da decretação.
De acordo com o estudo, em outras quatro reservas a área verde é menor do que se decretou originalmente. Isso ocorre nas matas de Dois Unidos, Curado, Engenho Uchôa (Recife). Em Jangadinha (Jaboatão), há atualmente 47 hectares de vegetação densa dentro dos 84,68 hectares totais, que contemplam um espelho-d’água.
Para evitar o avanço de construções sobre essas reservas, é preciso que governos invistam recursos em segurança e fiscalização, cobra o engenheiro cartógrafo do Itep Ivan Dornelas, um dos coordenadores da pesquisa. “Antes, havia um hiato entre a área urbana e as reservas. Agora, talvez tenhamos chegado ao limite, porque a área urbana está quase toda colada às matas”, alertou.
Proteger as reservas requer a implantação de uma infra-estrutura que as legitime. A decretação do status de reserva pela Lei Estadual 9.989, de 1987, por si só não as deixa imunes à ação antrópica, esclarece Dornelas. “É preciso implantar as reservas. Hoje, temos apenas duas nessa situação: a de Caetés (Paulista) e o Jardim Botânico, no Curado”, afirmou. A legislação define que é da Agência Pernambucana de Recursos Hídricos (CPRH) a responsabilidade pela preservação dessas áreas.
A lei de 1987 instituiu outras 31 reservas em toda a Região Metropolitana do Recife. Nos próximos seis meses, a Comissão Interna de Meio Ambiente do Itep também pretende verificar a evolução da cobertura vegetal nesses locais. Ivan Dornelas diz que ainda falta apoio para levar o projeto adiante.
Publicada no J.C. em 7/6/2008
2 comentários:
E' importante mostrar o risco que corremos, principalmente neste período de eleições, pois os candidatos eleitos neste ano, são os que celebrarão acordos com o governo estadual e conseguir proteger as áreas.
Fico feliz por saber que em algumas áreas em Jaboatão (onde moro) estão maiores que em suas demarcações, mas deve-se avanças, desde a proteção de áreas existentes até a criação de novas áreas.
Veja para quem todos olham, e questione-se sobre quem seria a pessoa mais interessante da mesa.
Gilson Gonçalves, professor de projeto.
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